quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

o que o tempo tem ensinado

Lembrei o quanto era bom te ter daquele jeito, tão dentro das minhas paredes, e do quanto é melhor ainda ter-te tão longe de minhas portas, pois assim fico mais perto de mim. Teto, piso, janelas, frestas se enchem de mim mesma, coisa que já havia sido enterrada no jardim. E mesmo tu tendo desprezado o lar que eu abri a ti, as portas vão estar sempre abertas, porque eu sempre fui boa anfitriã.

Tu levaste o desprezo, o descaso, a falta de cuidado, as palavras agressivas, a perda de tempo e me deixaste o amor, a verdade, a doçura, a lealdade. Não me deixaste sequer arrependimento, pois da minha parte estava tudo em seu lugar. Porque só me fizeste crescer com tuas estupidezes, e só me deixaste na boca a vontade de morder mais uma vez a maçã, sem nem saber se escolhi a certa. E começar tudo de novo, talvez até com mais entrega, agora que me deixaste a certeza de que eu é que era a melhor metade. Nem vou sair em busca da outra, ela há de me encontrar por aí.

Não penses que o bonito desse sentimento acabou, que o respeito morreu ou que não te quero mais presente na minha vida. Me trouxes coisas maravilhosas, sensações que ha muito não faziam parte da minha vida. Descobri que és uma pessoa maravilhosa, mas a nossa relação terá que se restringir a amizade mesmo. Eu mereço mais. Mais atenção, mais respeito, mais cuidado, mais carinho... Simplesmente pelo fato de sempre ter doado mais.

Se não for pedir muito, quero que guardes nossas fotos, pra te lembrar o quanto você tinha alguém que se importava e se dedicava verdadeiramente. Espero um dia te dar um abraço desses que sufocam - como aqueles que costumávamos dar quando nos reencontrávamos após (apenas) dois dias sem nos ver - e te agradecer pelos bons momentos e principalmente pelos maus. Mas peço que não te arrependas jamais, porque se não tivéssemos dividido eu não teria somado tanto. E também, se não tivesses me subtraído, não iríamos mesmo ter multiplicado.