sexta-feira, 18 de maio de 2007

Valsa

Fez tanto luar que eu pensei nos teus olhos antigos
e nas tuas antigas palavras.
O vento trouxe de longe tantos lugares em que estivemos,
que tornei a viver contigo enquanto o vento passava.

Houve uma noite que cintilou sobre o teu rosto
e modelou tua voz entre as algas.
Eu moro, desde então, nas pedras frias que o céu protege
e estudo apenas o ar e as águas.

Coitado de quem pôs sua esperança
nas praias fora do mundo...
- Os ares fogem, viram-se as águas,
mesmo as pedras, com o tempo, mudam.


MERELES, Cecília. Valsa In: Obra poética. Rio de Janeiro, Aguilar, 1958. p. 52.

Um comentário:

Anna Flávia (Fau) disse...

bem q tentei pensar em algo interessante pra comentar mas acho q hj n eh um bom dia pra isso...
apenas quero falar q eh engraçado passarmos por momentos tao parecidos e ao mesmo tempo tao diferentes e podermos nos ajudar nisso td!
dindinha lindona, vc tem sido um anjo pra mim!